segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Regime Militar (1962 - Presente)


O regime democrático terminou em 1962, quando o General Ne Win comandou um golpe de Estado militar. Ele governou por quase 26 anos e suas políticas foram implementadas com o mote "o caminho birmanês para o socialismo". Em 1974, as forças armadas reprimiram com violência protestos contra o governos durante o funeral de U Thant.
Em 1988, a má gestão econômica e a repressão política provocaram manifestações pró-democracia generalizadas. As forças de seguranças sufocaram as manifestações com a morte de centenas de pessoas. O General Saw Maung chefiou um golpe de Estado e criou o Conselho de Estado para a Restauração da Lei e da Ordem (na prática, o governo do país). Em 1989, o Conselho declarou lei marcial para lidar com mais protestos e alterou o nome oficial do país em inglês para Union of Myanmar (adaptado em português como União de Mianmar - ver Etimologia e terminologia, acima).


Em maio de 1990, o governo promoveu eleições livres pela primeira vez em quase 30 anos. A Liga Nacional pela Democracia, partido de Aung San Suu Kyi, ganhou 392 dos 489 assentos da Assembléia Popular, mas os resultados foram anulados pelo Conselho, que se recusou a deixar o poder. Chefiado por Than Shwe desde 1992, o regime militar logrou negociar acordos de cessar-fogo com a maioria dos grupos de guerrilha étnica. Em 1997, o Conselho passou a ser denominado Conselho de Estado para a Paz e Desenvolvimento.
Em 23 de junho de 1997, a Birmânia aderiu à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN). Em 27 de março de 2006, a junta militar transferiu a capital de Rangum para um local próximo a Pyinmana, dando-lhe o nome de Naypyidaw, que significa "cidade dos reis".


Em novembro de 2006, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) anunciou que procuraria processar na Corte Internacional de Justiça os membros da junta militar de Mianmar por crimes contra a humanidade, devido à prática de trabalho forçado de seus cidadãos. Em agosto de 2007, surgiram novos protestos pela democracia no país, chefiados por monges budistas.



Flora e Fauna


O país está coberto de exuberantes vegetações que combinam sua existência entre as montanhas e os lagos. Na zona costeira, a vegetação adquire características tropicais devido a situação geográfica. Existem também zonas desérticas que quebram a perspectiva geral dando à paisagem um aroma especial. As plantações são particularmente de algodão e arroz.


A fauna selvagem está composta por felinos de diversas espécies como leopardos, gatos selvagens e tigres. Também existe uma ampla diversidade de aves silvestres, diversos tipos de gado e macacos selvagens.


Política


Myanmar é governado por um regime militar estrito, com o nome "Conselho de Estado para a Paz e o Desenvolvimento". O atual chefe de Estado é o presidente do Conselho, General Than Shwe. A maioria dos postos do gabinete é ocupada por oficiais militares. Os principais partidos do país são a Liga Nacional pela Democracia e a Liga das Nacionalidades Shans pela Democracia, embora suas atividades sejam fortemente reguladas e mesmo suprimidas pelo regime militar que, ademais, proibiu o funcionamento de diversos partidos e organizações políticas.


Várias organizações de direitos humanos, inclusive a Human Rights Watch e a Anistia Internacional, relatam casos de abusos do governo militar contra os direitos humanos e afirmam que não há poder Judiciário independente no país. Há relatos de trabalhos forçados, tráfico de pessoas e trabalho infantil, e o governo é conhecido por usar a violência sexual como instrumento de controle.


As eleições parlentares de 1990 foram as primeiras em 30 anos, na qual a Liga Nacional pela Democracia, chefiada por Aung San Suu Kyi, recebeu mais de 60% dos votos e mais de 80% dos assentos na Assembléia. Entretanto, o regime militar anulou o resultado do pleito. Aung San Suu Kyi, que ganhou reconhecimento internacional como ativista pela democracia em seu país e recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1991, tem sido mantida em prisão domiciliar.
Os representantes eleitos em 1990 formaram o Governo Nacional de Coalizão da União da Birmânia, um governo-no-exílio que é considerado ilegal pelo regime militar.


Em 1993, o governo militar instituiu uma assembléia constituinte, que funciona até os dias de hoje, mas sem lograr preparar uma nova constituição para o país.
A repressão política e os abusos contra os direitos humanos levaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas a incluir Mianmar na sua agenda de trabalho. A ASEAN, bem como os governos de diversos países, têm insistido para que o regime militar conduza o país à democracia.




Economia



Moeda: kiat.
PIB agropecuária: 53% (1998). 
PIB indústria: 9% (1998). 
PIB serviços: 38% (1998). 
Crescimento do PIB: 6,3% ao ano (1990-1998). 
Renda per capita: US$ 760 ou menos (1998). 
Força de trabalho: 24 milhões (1998). 


Agricultura: arroz, semente de gergelim, leguminosas, feijão. 
Pecuária: bovinos, búfalos, suínos, aves. 
Pesca: 917,7 mil t (1997). 
Mineração: gás natural, petróleo, estanho, zinco. 


Indústria: alimentícia, bebidas, materiais de construção (cimento), fertilizantes, refino de petróleo, têxtil. 
Exportações: US$ 1,1 bilhão (1998). 
Importações: US$ 2,7 bilhões (1998). 
Principais parceiros comerciais: Cingapura, China, Malásia, Índia, EUA, Japão.


Clima


Clima que varia dependendo da zona: equatorial em zonas costeiras e tropical monzônico no interior. As chuvas aparecem de junho a outubro. O índice de umidade é bastante alto durante todo o ano.

Relevo

Com uma área total de 678 000 km², a Birmânia é o maior país do sudeste da Ásia continental e o 39º maior do mundo. Seu território é um pouco maior do que a soma das áreas dos estados brasileiros de Minas Gerais e Santa Catarina (para fins de comparação, a superfície de Moçambique é de 801 590 km²).



A noroeste, limita com a divisão de Chittagong, do Bangladesh (fronteira de 193 km), e com os estados de Assã, Nagaland e Manipur, da Índia (1 463 km). A nordeste, faz fronteira com o Tibete e Yunnan, da China (2 185 km). A sudeste, é limítrofe com o Laos (235 km) e a Tailândia (1 800 km). A Birmânia possui um litoral contínuo de 1 930 km, banhado pelo golfo de Bengala e pelo mar de Andamão. Suas fronteiras terrestres totalizam 5 876 km.


No norte, os montes Hengduan Shan formam a fronteira com a China. O Hkakabo Razi, localizado no estado de Kachin, é o ponto culminante da Birmânia, com 5 881 m. As três cordilheiras em território birmanês, a Rakhine Yoma, a Bago Yoma, e o planalto Shan, correm no sentido norte-sul a partir do Himalaia e dividem os três sistemas hidrográficos do país, os rios Ayeyarwady, Thanlwin e Sittang. O primeiro é o rio mais longo da Birmânia, com quase 2 170 km de extensão, e em seu vale vive a maioria da população do país. Os vales entre as cordilheiras possuem planícies férteis.


Grande parte do território birmanês encontra-se entre o Trópico de Câncer e o Equador.